A fotografia é um instrumento que serve para lidarmos com coisas que todos conhecem mas a que não prestam atenção. As minhas fotografias pretendem representar algo que vocês não vêem.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Boudelaire - Arte / Natureza
(...) surgiu uma nova indústria que contribui bastante para confirmar a estupidez na sua fé e para arruinar o que poderia ter restado do divino no génio francês. Bem entendido, a massa idólatra postulava um ideal digno de si e apropriado à sua natureza. No que se refere à pintura e à escultura, o credo generalizado do público sofisticado, sobretudo em França (...) é o seguinte: «Eu creio na Natureza e não creio senão na Natureza (há boas razões para isso). Creio que a arte é e não pode ser senão a reprodução exacta da Natureza(...) . Por isso a indústria que fosse capaz de dar um resultado idêntico à Natureza seria a arte absoluta.» Um Deus vingador satisfez os desejos desta multidão. Daguerre foi o seu Messias. E agora diz a si mesma: «Já que a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exactidão (acreditam deveras nisso, os insensatos!), a arte é a fotografia.» A partir desse momento, a sociedade imunda precipitou-se, como Narciso, a contemplar a sua trivial imagem no metal(...). Algum escritor democrata deve ter visto nisso um meio barato para disseminar entre o povo a aversão pela história e pela pintura (...).
-Boudelaire.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
O Descanso
Desta vez, consciente ou não,vou desabafar um pouco.
Recebi um "mail" de um amigo, amigo que eu ainda tenho como grande Amigo, apesar de já não ter a mesma certeza de continuar a ser um grande amigo, para ele.
Bom, quando as coisas nos ultrapassam e nós não queremos assumir que temos de mudar,que temos de tomar as nossas próprias decisões, e ficamos confortavelmente como antes, só porque isso nós já sabemos como é, ficamos irremediávelmente afastados da vida real quando pensamos que não temos mais nada a ouvir dos Amigos e nos refugiamos do magnifico"vou pensar em mim",ai o melhor é dizermos aos nosso amigos e companheiros de aventuras sejam elas qual forem : -Meus amigos, esqueçam que eu existo e pensem em vos.
E assim nasce mais um grande buraco negro na nossas existências.
O meu desabafo é mais grito aos meus amigos que ainda o são.
Não desistam dos vossos sonhos só por não verem a luz no fundo do buraco, é esse buraco que nos criamos para depois nos podermos esconder nele com desculpas de quem não quer mesmo mudar.
A esse meu grande Amigo:
"Mas que não era Eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, o não dissera
Olhos fitos em rútilia quimera
Andava atrás de mim... e não me via!"
(Florebela Espanca)
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Assunto
Tema ou assunto
Escolher algo para fotografar é fácil, tão fácil que muitas vezes fotografamos mais do que realmente interessa. Às vezes achamos que tem interesse, mas depois de vermos a fotografia já não achamos tão interessante. Porquê? Porque a maior parte das vezes estão mais coisas ou objectos a interferir com o tema de interesse. A nossa atenção visual é muitas vezes absorvida pelo nosso tema, por exemplo uma pessoa, mas esquecemos que à volta estão outras coisa que perturbam ou competem com o nosso assunto. Onde colocamos, que ângulo de visão escolhemos, o formato, o 1º plano ou o fundo são elementos que vão contribuir para a avaliação final da nossa imagem.
Tudo que fotografamos tem de estar na área de enquadramento. O problema maior surge quando coisas, objectos, manchas, cores competem visualmente com o nosso tema. È preferível fotografar um só tema, assunto ou objecto. Isolar é o acto mais importante, um pássaro, uma pessoa, uma paisagem.http://www.ondequeresfotografar.com
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Uma câmara fotográfica
Uma câmara apazigua a ansiedade que os obcecados pelo trabalho sentem por não trabalharem quando estão de férias e sentirem compelidos a divertiren-se.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Ambivalência
A história da fotografia revela uma longa tradição de ambivalência no que que se refere à sua capacidade de militancia: tomar partido é sentido como algo que leva à destruição da eterna suposição de que todos os assuntos são válidos e interessantes.
Mas aquilo que é uma excruciante ideia de minúcia, destinada a permitir ao passado silencioso falar por si próprio, com toda a sua irresolúvel complexidade, torna-se - quando generalizada na fotografia - a cumulativa anulação do passado ( no próprio acto da sua preservação), a elaboração de uma realidade nova e paralela que torna o passado imediato e salienta a sua cómica ou trágica ineficiência, que investe a especificidade do passado de uma ilimitada ironia, e que transforma o presente em passado e o passado naquilo que passou.

terça-feira, 1 de novembro de 2011
"Weston"
Embora a maior das pessoas que tiram fotografias se limitem a repetir as noções de beleza aceites, os profissionais com ambições geralmente pensam que estão a desafiá-las.
De acordo com heróicos modernistas como Weston, a aventura dos fotógrafos é elitista, profética, subversiva e reveladora. Os fotógrafos proclamaram que estavam a realizar a tarefa «blakeana»de purificação dos sentidos, «revelando ás pessoas, o mundo vivo que as rodeia», como Weston descreveu o seu próprio trabalho, «mostrando-lhe o que os seu próprios olhos eram incapazes de ver».
Subscrever:
Mensagens (Atom)