A fotografia é o veículo mais bem sucedido do gosto modernista na sua visão pop, com o seu empenho em desmistificar a alta cultura do passado (concentrando-se em fragmentos, lixo, coisas estranhas, sem nada excluir), cortejando conscientemente a vulgaridade, com se a sua afeição pelo Kitsch, sua capacidade para conciliar a sua sobranceria pseudo-radical em relação à arte como actividade reaccionária, elitista, pretensiosa, falsa, artificial, desligada das verdades mais evidentes da vida quotidiana, e com a sua transformação da arte em documento cultural. Ao mesmo tempo, a fotografia assumiu gradualmente todas as ansiedades e consciências de si da arte modernista clássica. Muitos profissionais receiam agora que esta estratégia populista tenha afinal, ido longe demais e que o publico esqueça que a fotografia é, afinal uma actividade nobre e elevada: em suma, uma arte. Até porque a promoção modernista da arte naive tem sempre um trunfo implícito: que não se deixem de respeitar as suas pretensões ocultas de sofisticação.
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